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Esto No Es una Clase: Investigando la educación disruptiva en los contexros educativos formales



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Dislexia
Dislexia

DEFINIÇÃO DE DISLEXIA


O estudo das dificuldades de leitura e escrita, em geral, e da dislexia, em particular, vem suscitando desde há muito tempo o interesse de psicólogos, professores, pediatras e outros profissionais interessados na investigação dos factores implicados no sucesso e/ou insucesso educativo. A dislexia representa no momento actual um grave problema escolar, para a qual todos os profissionais da educação estão cada vez mais consciencializados.

As competências de leitura e escrita são consideradas como objectivos fundamentais de qualquer sistema educativo, pois constituem aprendizagens iniciais que funcionam como uma base para todas as restantes aprendizagens. Assim, uma criança com dificuldade nestas áreas apresentará lacunas em todas as restantes matérias, o que provoca um desinteresse cada vez mais marcado por todas as aprendizagens escolares e uma diminuição da sua auto-estima.            

Existem presentemente várias definições para a mesma problemática, de entre as quais se destacam:

A DISLEXIA é uma perturbação neurodesenvolvimental, sendo uma das perturbações infantis mais frequentes. As crianças disléxicas tendem a apresentar um conjunto alargado de dificuldades de aprendizagem e reacções emocionais secundárias decorrentes das alterações específicas nos processos de leitura e escrita.

O estudo das dificuldades de leitura e escrita, em geral, e da dislexia, em particular, vem suscitando desde há muito tempo o interesse de psicólogos, professores, pediatras e outros profissionais interessados na investigação dos factores implicados no sucesso e/ou insucesso educativo. A dislexia representa no momento actual um grave problema escolar, para a qual todos os profissionais da educação estão cada vez mais consciencializados.

As competências de leitura e escrita são consideradas como objectivos fundamentais de qualquer sistema educativo, pois constituem aprendizagens iniciais que funcionam como uma base para todas as restantes aprendizagens. Assim, uma criança com dificuldade nestas áreas apresentará lacunas em todas as restantes matérias, o que provoca um desinteresse cada vez mais marcado por todas as aprendizagens escolares e uma diminuição da sua auto-estima.

Actualmente a definição mais consensual é a da Associação Internacional de Dislexia (2002) e do National Institute of Child Health and Human Development - NICHD:

“Dyslexia is a specific learning disability that is neurological in origin. It is characterized by difficulties with accurate and / or fluent word recognition and by poor spelling and decoding abilities. These difficulties typically result from a deficit in the phonological component of language that is often unexpected in relation to other cognitive abilities and the provision of effective classroom instruction. Secondary consequences may include problems in reading comprehension and reduced reading experience that can impede growth of vocabulary and background knowledge. ... Studies show that individuals with dyslexia process information in a different area of the brain than do non-dyslexics.

Segundo Víctor da Fonseca a dislexia é uma dificuldade duradoura da aprendizagem da leitura e aquisição do seu mecanismo, em crianças inteligentes, escolarizadas, sem quaisquer perturbação sensorial e psíquica já existente.

A World Federation of Neurology define-a como uma perturbação que se manifesta pela dificuldade na aprendizagem da leitura, apesar de uma educação convencional, uma adequada inteligência e oportunidades sócio-culturais.

Outra definição, surge do Comittee on Dyslexia of the Health Council of the Netherlands, segundo estes a dislexia está presente quando a automatização da identificação das palavras (leitura) e/ou da escrita de palavras não se desenvolve, ou se desenvolve de uma forma muito incompleta, ou com grande dificuldade.

Esta dificuldade em ler e escrever tem sido muitas vezes erradamente interpretada, como um sinal de baixa capacidade intelectual. Muito pelo contrário, muitas crianças disléxicas poderão conseguir em certas áreas e em certos momentos da sua actividade, uma performance superior à média do seu grupo etário. Só se poderá diagnosticar uma dislexia em crianças que apresentem pelo menos uma capacidade  intelectual dentro dos parâmetros normativos.

Esta dificuldade em ler e escrever tem sido muitas vezes erradamente interpretada, como um sinal de baixa capacidade intelectual. Muito pelo contrário, muitas crianças disléxicas poderão conseguir em certas áreas e em certos momentos da sua actividade, uma performance superior à média do seu grupo etário. Só se poderá diagnosticar uma dislexia em crianças que apresentem pelo menos uma capacidade  intelectual dentro dos parâmetros normativos.

 

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

Deve-se verificar se na história familiar existem casos de dislexia ou de dificuldades de aprendizagem e se na história desenvolvimental, médica e escolar da criança ocorreu alguma problemática que possa estar a justificar tais dificuldades.

A dislexia resulta de alterações neurobiológicas na forma como o cérebro processa a informação linguística e que se manifesta por alterações no domínio do processamento fonológico e noutros domínios psicolinguísticos e neuropsicológicos que conduz a um conjunto significativo de alterações na leitura e escrita.

Na leitura notam-se confusões de grafemas cuja correspondência fonémica é próxima ou semelhante ou cuja forma é aproximada, bem como surgem frequentes inversões, omissões, adições e substituições de letras e sílabas. Ao nível da leitura de frases, existe uma dificuldade na velocidade de leitura, bem como revelam uma análise compreensiva da informação lida deficitária. A criança apresenta dificuldades na fluência, precisão e compreensão da leitura, encontrando-se comprometida ambas as vias de leitura (lexical e fonológica).

Ao nível da produção escrita a sintomatologia é semelhante, verificando-se a presença de múltiplos erros ortográficos, dificuldades na descodificação fonema-grafema, défices acentuados na construção e organização frásica, e por vezes, pode surgir associada uma grafia irregular, etc.

Principais manifestações da dislexia nas competências de leitura e escrita:

 

   
--  Um atraso na aquisição e automatização das competências da leitura e escrita.
   
--  Dificuldades acentuadas ao nível do Processamento Fonológico: Consciência, Codificação e Nomeação.
   
--  Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível escolar.
   
--  Dificuldade na leitura de palavras regulares, irregulares, frequentes, pouco frequentes e pseudopalavras.
   
--  Dificuldades na memória verbal e na memória de trabalho.
   
--  Leitura silabada, decifratória, hesitante e com bastantes incorrecções.
   
--  Omite ou adiciona letras e sílabas (ex: famosa-fama; casaco-casa; livro-livo; batata-bata; biblioteca/bioteca; ...).
   
--  Confusão e dificuldades na descodificação de letras ou sílabas (o-u; p-t; b-v; s-ss-ç; s-z; f-t; m-n; f-v; g-j; ch-x; x-z-j; nh-lh-ch; ão-am; ão-ou; ou-on; au-ao; ai-ia; per-pre; …).
   
--  Poderá ocorrer (apesar de não muito frequente) alguma confusão entre letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço (b-d; d-p; b-q; d-q; n-u, a-e;…).
   
--  Na leitura, substituição de palavras por outras de estrutura similar, porém com significado diferente (saltou-salvou; cúbico-bicudo;...) e/ou substituição de palavras inteiras por outras semanticamente vizinhas (cão-gato; bonito-lindo; carro-automóvel).
   
--  Problemas na compreensão semântica e na análise compreensiva de textos lidos (devido à sua deficiente leitura).
   
--  Presença de muitos erros ortográficos: erros fonológicos e erros nas palavras grafo-fonémicas irregulares. Na escrita podem surgir palavras unidas ou separadas, repetição de letras ou de sílabas, colocação de letras ou de sílabas antes ou depois do lugar correcto.
   
-- Dificuldades em exprimir as suas ideias e pensamentos em palavras. Muitas dificuldades na escrita de composição. Dificuldades na organização das ideias no texto.
   
--  A qualidade da grafia poderá ser deficitária: letra rasurada, disforme e irregular.

 

 

Nota: Não é necessário que estejam presentes todos estes indicadores em simultâneo, para que seja diagnosticada um caso de dislexia. Estes indicadores devem apenas alertar para a possibilidade de um possível caso de dislexia, já que é preciso compreender a razão destes comportamentos.

Segundo vário autores, não se pode falar de dislexia (ou melhor ... não se pode fazer um diagnóstico definitivo) antes dos 7 anos, ou para ser mais rigoroso, antes de pelo menos um a dois anos de aprendizagem escolar, pois anteriormente a esta idade erros similares são banais pela sua frequência.

Para um correcto diagnóstico de uma perturbação da leitura é indispensável recorrer à avaliação COM profissionais experientes neste domínio.

 

 

 

 

Critérios de Diagnóstico de Perturbação da Leitura segundo o DSM-IV

A. O rendimento na leitura, medido através de provas normalizadas de exactidão ou compreensão da leitura, aplicadas individualmente, situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.

B. A perturbação do critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou actividade da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura.

C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades de leitura são excessivas em relação ás que lhe estariam habitualmente associadas.

PREVALÊNCIA DA DISLEXIA


Nos EUA, e segundo o DSM-IV é de 4% a estimativa da prevalência da perturbação da leitura nas crianças com idade escolar. No entanto, conforme as várias investigações, percentagens entre 5 a 10% têm sido, igualmente, encaradas. Isto significa que um pouco menos de um estudante inteligente em cada dez apresenta uma dislexia mais ou menos grave.

Outros estudos referem que aproximadamente 30%-40% dos irmãos de crianças disléxicas apresentam de uma forma mais ou menos grave a mesma perturbação. Entre gémeos monozigóticos as percentagens de concordância aumentam para 68%. Uma criança cujo pai seja disléxico apresenta um risco 8 vezes superior à da população em geral.

Alguns estudos reportam, igualmente, a presença de diferenças significativas na prevalência da Dislexia entre rapazes e raparigas. O género masculino tende a apresentar uma maior prevalência comparativamente com o género feminino. Outros estudos não observaram a presença de diferenças na prevalência em função do género.

 

 

PROBLEMÁTICA EMOCIONAL


As repercussões da dislexia são muitas vezes consideráveis, quer ao nível do sucesso escolar, quer ao nível do comportamento e estado emocional da criança, originando nestes domínios perturbações de gravidade variável, que importa reconhecer e evitar na medida do possível. 

A criança disléxica é geralmente triste e deprimida pelo repetido insucesso escolar e pelo fracasso em superar as suas dificuldades, outras vezes mostra-se agressiva e angustiada. A frustração causada pelos anos de esforço sem êxito e a permanente comparação com as demais crianças provocam sentimentos de inferioridade.

Em geral, os problemas emocionais surgem como uma reacção secundária aos problemas de rendimento escolar. As crianças disléxicas tendem a exibir um quadro mais ou menos típico, com variações de criança para criança, cujas reacções mais características são:

   
--  Reduzida motivação e empenho pelas actividades que implicam a mobilização das competências de leitura e escrita, o que por sua vez aumenta as suas dificuldades de aprendizagem.
   
--  Sintomatologia ansiosa perante situações de avaliação ou perante actividades que impliquem a utilização da leitura e escrita.
   
--  Sentimento de tristeza e de auto-culpabilização, podendo apresentar uma atitude depressiva diante das suas dificuldades.
   
--  Uma reduzida auto-estima e auto-conceito académico.
   
--  Um sentimento de insegurança e de vergonha  como resultado do seu sucessivo fracasso.
   
--  Um sentimento de incapacidade, de inferioridade e de frustração por não conseguir superar as suas dificuldades e por ser sucessivamente comparado com os demais.
   
--  Problemas comportamentais caracterizados por comportamentos de oposição e desobediência perante as figuras de autoridade (pais, professores, etc.), hiperactividade, défice atencional, etc.
   
--  Outras problemáticas poderão estar presentes como seja a enurese nocturna, perturbação do sono, sintomas psicossomáticos, etc.
   
-- 

Esta sintomatologia não permite por seu lado a natural concentração, interesse e desejo de aprender, perturbando muitíssimo as condições de aprendizagem na criança.

CO-MORBILIDADE


 Diversos estudos documentam, de forma consistente, que a dislexia está algumas vezes associada a outras perturbações có-morbidas (presença de 2 ou mais diagnósticos diferentes), de entre as mais frequentes destaca-se a Disortografia, Disgrafia, Discalculia, Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA), Problemas de Linguagem, entre outros.         

DISORTOGRAFIA - Perturbação que afecta as aptidões da escrita, e que se traduz por dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da criança em compor textos escritos. As dificuldades centram-se na: (1) organização, estruturação e composição de textos escritos, a construção frásica é pobre e geralmente curta; (2) presença de múltiplos erros ortográficos; e (3) má qualidade gráfica. É possível haver uma disortografia sem que esteja presente uma dislexia.  

DISGRAFIA - Perturbação de tipo funcional na componente motora do acto de escrever, que afecta a qualidade da escrita, sendo caracterizada por uma dificuldade na grafia, no traçado e na forma das letras, surgindo estas de forma irregular e disforme.  

DISCALCULIA - É uma perturbação estrutural da capacidade matemática e da simbolização dos números, é de carácter desenvolvimental (não resulta de uma lesão cerebral ou de défices intelectuais) e caracteriza-se por dificuldades específicas da aprendizagem que afectam a normal aquisição das competências aritméticas, apesar de uma inteligência normal, estabilidade emocional, oportunidades académicas e motivação.  

HIPERACTIVIDADE (PHDA) - É uma Perturbação do Comportamento de base genética, em que estão implicados diversos factores neurológicos e neuropsicológicos, que provocam na criança alterações atencionais, impulsividade e uma grande actividade motora, ocorrendo mais frequentemente e de um modo mais severo do que o tipicamente observado noutras pessoas. Mais informações sobre PHDA em http://hiperactividade.portalpsi.net.  

AS CAUSAS DA DISLEXIA A ETIOLOGIA DA DISLEXIA tem por base alterações genéticas, neurológicas e neurolinguísticas. Estudos recentes apontam alguns cromossomas como responsáveis da dislexia, encontrando-se agora as investigações científicas centradas na identificação dos genes implicados neste perturbação. Encontram-se igualmente identificas as regiões cerebrais responsáveis pelas alterações psicolinguísticas observadas nas crianças com dislexia. Essas regiões localizam-se no hemisfério esquerdo do cérebro e apresentam uma menor activação das áreas cerebrais responsáveis pela descodificação fonológica, leitura e escrita.

in www.dislexia.web.pt